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Bendito o fruto entre as mulheres que o cercam, ele acredita que os novos trabalhos individuais da Trupe refletem o amadurecimento de todos, que unidos completam, em 2009, 23 anos de existência – a Intrépida surgiu como parte de uma missão cultural brasileira no México, durante a Copa de 1986. Até então condicionados a trabalhar em conjunto, os realizadores decidiram que era hora de a Trupe absorver os sonhos individuais de cada um. Apesar de acreditar que a troca gerada pelas diferentes personalidades e visões artísticas seja o maior trunfo da equipe, o diretor afirma que era preciso mudar.
– Trabalhamos sempre juntos durante mais de duas décadas, e quando decidia fazer algo apenas meu precisava me afastar – conta o diretor. – As diferenças e somas de ideais sempre foram o nosso barato, mas isso acaba castrando a necessidade de cada um de fazer o seu projeto. Era urgente poder respirar os nossos sonhos um por um. Estaremos sempre juntos, e esta é apenas uma nova forma de trabalho que encontramos.
Ele considera Sonhos... o mais bem-sucedido espetáculo desenvolvido pela Trupe em termos de receptividade do público e repercussão crítica. Baltar lhe garante status de obra especial devido a conexão exata entre os conceitos, que unem a linguagem da dança, circo e teatro com o texto do livro homônimo, escrito por Alan Lightman, que retrata o jovem e inquieto Einstein obcecado pela questão do tempo e em meio a criação de mundos fictícios.
– Kaboom e ARN foram importantíssimos, mas Sonhos... foi nosso ponto mais alto – atesta Baltar. – Buscamos para ele uma dramaturgia que é basicamente uma reflexão sobre o que o nosso trabalho tem de essencial, que é o desafio às leis da gravidade. É um espetáculo aberto, que deixa a imaginação fluir e engloba a todos porque o mundo da física está presente na vida de cada um de nós e não apenas na de um acrobata. Somos regidos pelas leis físicas, apesar de não nos darmos conta disso no dia a dia.
Ligação com as artes plásticas
Em 23 de maio será a vez de Beth Martins apresentar Preciosa idade, em que novas criações e clássicos do repertório serão reunidos e recriados por um elenco jovem, formado pela própria escola da Intrépida. Habitué de galerias de arte, exposições e mostras de artistas plásticos contemporâneos, Valéria Martins define sua instalação, ou melhor, seu projeto cênico como uma forma de explicitar a proximidade entre a linguagem teatral-dançante-circense da Trupe e o universo das artes plásticas. Junto aos artistas Raul Mourão, Pedro Bernardes, Hugo Ferraz e Marta Jourdan, ela elaborou o inédito Coleções, que estreia 5 de junho, com quatro intervenções artístico-urbanas ao ar livre, no Museu da República.
– Estava na hora de provocar uma interação mais declarada entre a nossa linguagem corporal abrangente e híbrida com as artes – afirma a diretora. – Talvez seja o início de uma pesquisa de linguagem que poderá se desdobrar.Noites intrépidas, de Vanda Jacques, encerra a temporada 2009 num encontro entre as diversas vertentes do circo contemporâneo. Atuais e ex-integrantes, entre outros convidados, se reunirão para desenvolver novos caminhos a partir de 24 de julho.– Proponho refletir a trajetória de invenções e investigações desse nosso corpo intrépido que não cansa de se arriscar – diz Vanda.
Um comentário:
Preciosa idade estreia dia 30 de maio e estara em cartaz ate dia 12 de julho,a partir das 18:30 .Conto com todos lá !
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