NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O pop metafísico de Leo Cavalcanti




Uma filiação nobre, um punhado de canções postas na internet, além de elogios e audições atentas das cantoras Adriana Calcanhotto e Fernanda Takai: eis o começo do culto ao trabalho do jovem músico paulista Leo Cavalcanti. Apresentado como uma das promessas da música brasileira para 2009 no Caderno B do último domingo, o cantor de 24 anos, filho do compositor Péricles Cavalcanti, ainda é um ilustre desconhecido da cena musical carioca. Mas já se consagrou no cenário musical emergente em São Paulo e também no universo virtual, onde suas canções são caçadas como pequenos tesouros.

Concentrado na gravação do seu álbum de estréia, a ser lançado no segundo semestre, Cavalcanti também se empenha em remixar cinco faixas registradas numa home session, e que vão se transformar no EP Ao Leo – em parte disponível para audição na sua página no Myspace (www.myspace.com/leocavalcanti).

– Quero lançar o disco nos mais diferentes formatos – adianta o músico. – Não penso em ganhar dinheiro com a venda de CDs. Quero fazê-lo circular para que impulsione muitos shows. Amo o Rio e estou louco para tocar aí. Acho que minha obra tem muito a ver com o clima da cidade.

Cavalcanti é também produtor e arranjador de composições como Frenesi de otário e Vou ser você, entre outras, que carregam genes exóticos e perpassam o flamenco de Paco de Lucia, a percussão africana, orquestrações árabes, instrumentos de sopro e a música árabe-andaluza, herdada do império muçulmano na Espanha. Ainda se esgueiram entre o pop de Michael Jackson, o soul de Stevie Wonder, o ritmo de Jackson do Pandeiro e o samba de Noel Rosa e Nelson Cavaquinho. Tal emaranhado sonoro é definido pelo autor como "pop metafísico".

"Originalidade é o trunfo"

– Fiquei impressionada quando ouvi o trabalho de Leo e o assisti ao vivo – diz Adriana Calcanhotto. – Ele tem uma linda voz. De extensão incrível e afinação precisa. É extraordinário. Um enorme talento.

A cantora mineira Fernanda Takai é outra que se rende aos encantos do paulista. Após receber uma demo num show em São Paulo, a vocalista do Pato Fu se derreteu ao ouvir canções como Medo de olhar para si e A tal da paciência.

– Suas músicas são excelentes e prenderam minha atenção de imediato – conta Fernanda. – Nunca ouvi nada como o que ele faz. A originalidade é o trunfo de qualquer artista. E ele tem isso na forma de compor, produzir e cantar. Ser completo assim tão jovem é um sinal de consistência.

O músico se define como uma espécie de terapeuta musical.

– Os temas que eu abordo e o modo como componho refletem os pontos centrais das minhas crises – esclarece. – Verso sobre os assuntos que considero problemas fundamentais: a briga eterna que o ser humano trava consigo mesmo e a forma como nos boicotamos e deixamos de explorar nosso potencial criativo e de amor.

Mergulhado em inusitadas misturas rítmicas, harmônicas e líricas, Cavalcanti dá vazão a sua profícua imaginação musical em um estúdio caseiro. Pilota sozinho as traquitanas que originam beats e grooves eletro-acústicos, como violão, baixo, guitarras, cajón, beat-box, palmas e timbaus. Da sua voz ambígua e suave, reverbera um manancial de idéias e questionamentos internos.

Para o pai do compositor, a aflorada musicalidade do filho era evidente desde criança, quando o caçula tirava de ouvido harmonias complexas e distinguia tonalidades de canções mesmo sem conhecimento teórico. Mas observa que as canções do jovem são muito diferentes das suas.

– Falo para o (Gilberto) Gil que o Leo é filho dele, e não meu – provoca Péricles Cavalcanti. – Ele tem aquele violão exuberante, explora divisões rítmicas complicadas e esbanja no uso das metáforas. É extremamente visual e barroco ao construir suas canções.

E o filho complementa:

– Mas tenho um compromisso natural para que as canções soem frescas e não carregadas de lamúrias. A vida não precisa ser martírio. É preciso haver celebração. Quando tudo isso se transforma em ritmos e melodias, temos um poderoso instrumento de meditação.

A afinação impecável e os agudos límpidos povoam os arranjos. Coros de vozes em camadas preenchem os vazios deixados pela escolha de poucos instrumentos.

– Começo a compor no violão, buscando células rítmicas completamente inusitadas – detalha. –O problema surge quando tenho que encontrar melodias e letras que se encaixem nessas coisas malucas. Mas gosto de transformar essa confusão em canções de apelo pop.

Timidez some no palco

Suas catárticas performances ao vivo, quando Cavalcanti dança e delineia movimentos corporais precisos, fazem parte do final de seu processo de elaborações mentais.

– Minha preocupação é com o canto e de como me sinto no palco – garante ele. – Sou tímido nas relações sociais, mas parece que me aferro num fio condutor que me guia ao palco e me deixa seguro.

Além dos shows em locais badalados como Studio SP e nos teatros do Sesc Paulista, o músico se dedica a dar aulas de ioga e usa suas mãos como massoterapeuta. Estudioso das ciências holísticas, que prezam a conexão entre o corpo e a mente, o músico não abre mão das sessões de psicanálise.

– Desde criança tenho elaborações existenciais – conta Leo. – Sempre fui inquieto em relação a questões sobre os nossos mundos externo e interno. Escrever sobre isso é o que me pega na veia. Não assino histórias ou idéias pensando no entretenimento de determinados guetos e não faço relatos concretos das situações que vivo.

Parceira musical do pai Péricles, Adriana Calcanhotto admira a inteligência das letras e temas abordados por Leo.

– São mergulhos psicológicos muito bem elaborados – elogia Adriana. – Além disso, ele tem uma forte ligação com o teatro, o que o ajuda a apresentar um trabalho de palco muito original.

A admiração das cantoras se estendem a possíveis parcerias. Adriana, que já se apresentou no mesmo palco que Leo, dá o aval.

– É possível que façamos algo, mas o que interessa é vê-lo trilhar essa interessante carreira.

Já Fernanda incentiva Leo a investir em seu viés autoral.

– Posso estar antecipando algo, mas digo que o Leo é um artista que tem ótimo material para mostrar às pessoas – aposta Fernanda. – Quem sabe não trabalhamos juntos.


Chuvarada - Leo Cavalcanti + Tatá Aeroplano


Medida por medida

Montada pela primeira vez por uma produção 100% brasileira, a encenação da comédia Medida por medida, de William Shakespeare, estréia da semana no Centro Cultural Banco do Brasil, marca também a primeira incursão do diretor e ator Gilberto Gawronski no comando de um texto do bardo inglês. Embora já tivesse atuado em Sonho de uma noite de verão (dirigido por Moacyr Góes, em 1984) e em Rei Lear (ao lado de Raul Cortez, em 2000), Gawronski concretiza agora um antigo desejo: lançar seu olhar sobre o texto que, junto a Tudo bem quando termina bem e Troilus e Créssida, compõe a trilogia de “peças sombrias” escritas pelo dramaturgo inglês, que navegam pelos meandros do debate moral e ético.

Comportamento, sexualidade, poder e hipocrisia são os temas que amarram o escrito, cuja primeira montagem foi levada aos palcos em 1604. Acostumado a dirigir espetáculos da sua lavra, assim como de autores contemporâneos, como Caio Fernando Abreu e Daniela Pereira de Carvalho, Gawronski se deu conta da afinidade entre o seu trabalho e essa obra.

– Falamos sobre hipocrisia, a falsa moral e o comportamento sexual dos seres humanos – define Gawronski. – São temas recorrentes no meu trabalho como diretor ou autor. Acho extremamente oportuna a montagem numa época de tolerância zero como a que vivemos. Nenhum ser humano é completamente puro ou incorruptível. Se fosse assim, seríamos todos heróis ou santos. Só existem leis e a religião porque o homem as infringe e peca. Como diz Brecht: “Infeliz a nação que precisa de heróis”. Devemos valorizar o ser humano.

Respeitando o rigor do teatro elisabetano da época em que a peça foi concebida, onde apenas homens podiam atuar, Gawronski reuniu 13 atores para representar personagens masculinos e femininos, entre eles Rodolfo Bottino (Japassada), Sergio Maciel (Isabela) e Rafael Leal (Mariana).

– A opção por um elenco composto só por homens não é uma apelação, e sim mais um elemento de comicidade no texto – destaca o diretor. A adaptação também reduziu o número de personagens do original (ao todo 19).– No teatro elisabetano, os personagens falam direto para o público. Por isso, suprimi algumas intervenções que serviam apenas como suporte – explica.

Apesar dos cortes, o diretor faz questão de entrar em cena. Interpreta o marginal Bernardino. Condenado a morte há mais de nove anos, ele perambula livremente pelo ducado se valendo de uma brecha da lei, que impede a execução de pessoas bêbadas.

– Ele permanece bêbado o tempo todo. Assim, não pode ser morto. É um artifício que ilustra a hipocrisia daquele tempo.

Passado em Viena, o texto de Shakespeare se inicia quando o Duque (Luís Salem) finge abandonar a capital austríaca rumo à Polônia e passa o governo às mãos de Ângelo (Ricardo Blat) e de Éscalo (Nildo Parente). Permanecendo em Viena, disfarçado como um frade, o Duque observa como agem seus substitutos. Principalmente Ângelo, que ressuscita a pena de morte por “atos de fornicação” para pôr limite à corrupção moral da população.

– Meu personagem começa como um puritano insensível, mas no decorrer da peça paga por sua postura. O Duque descobre a forma arbitrária como ele lidera o governo, e Ângelo acaba condenado por suas ações – conta o ator Ricardo Blat, que participou da encenação para Medida... dirigida pelo inglês Paul Heritage, em 2004.

O primeiro refém do autoritarismo é o jovem nobre Cláudio, condenado à morte por ter engravidado Julieta antes do casamento. Ao saber da notícia, sua irmã, a religiosa Isabela, é convencida por Lúcio, amigo de Cláudio, a pedir absolvição ao governador. O pedido serve aos desejos de Ângelo, que promete libertá-lo, desde que Isabela – cuja pureza chamava a atenção na corrupta Viena – aceitasse se deitar com ele.

– Não o encaro como perverso – explica Gawronski sobre o personagem de Blat. – Ele se achava completamente puro dentro da sua retidão política e da esfera das leis. Enquanto Isabela se limitava à pureza no campo da religiosidade. Mostramos que o desejo sexual deles está além da razão. O embate entre suas purezas os afasta e os une pelo desejo. Sentem atração.

Ao recusar a proposta, Isabela encaminha a ex-mulher de Ângelo em seu lugar. Após a consumação do ato sexual, mesmo sem perceber que fora enganado, Ângelo decide prosseguir com sua empreitada moralista e não cumpre o prometido. Manda cortar a cabeça de Cláudio. Seus planos são frustrados pela intervenção do Duque, que, após uma reviravolta, deixa de lado a camuflagem de frade e retoma o poder.

– Apesar de o traço cômico da peça se iniciar quando o Duque abandona seus dotes para se imiscuir nos porões do seu ducado como um frade, sua aparição surpreende a todos – conta Luís Salem.

O ator conta que não conhecia o texto de Shakespeare quando foi convidado por Gawronski, há um ano, para participar da peça. Ao contrário dos outros atores, que se revezaram durante alguns meses até que definissem seus papéis, Salem abraçou o seu personagem no primeiro dia de leitura.

– Foi algo imediato por causa da veia cômica que carrego – acredita. – O Gilberto me conhece bem. Acho que esperava que eu representasse o papel.

Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro (3808-2020). Cap.: 172 pessoas. 4ª a 2ª, às 19h. R$ 10. Estudantes e idosos pagam meia. Duração: 1h20. Até 1 de março.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A nova passarela do pop

Entra ano, sai ano, e a máquina propulsora do mundo pop nem sequer vislumbra um cessar-fogo. Todo o mês de janeiro é assim: uma nova e frenética rede de apostas é aberta, posicionando no centro do tabuleiro jovens e ambiciosos músicos à espera de ouvidos atentos que possam acalentar seus anseios de fama, status e dinheiro.

O Caderno B, assim como fazem anualmente a rede britânica BBC, a MTV e o semanário NME, se lança pela segunda vez ao desafio de apresentar 10 ilustres desconhecidos que podem se transformar, até o fim do ano, em novas estrelas do pop mundial.
São eles: Lady GaGa, White Lies, Little Boots, Florence and the Machine, The Virgins, VV Brown, La Roux, Empire of the Sun, Kid Cudi e Dan Black.


Eles terão a missão de assumir o espaço deixado pelas apostas de 2008, como as bandas MGMT e Foals, promessas que se cumpriram, virando verdadeiros fenômenos na Europa, nos Estados Unidos, assim como no Brasil, onde participaram do Tim Festival (MGMT) e Planeta Terra (Foals). Naquele ano, nomes como Adele, Duffy, The Wombats, Laura Marlin, Santogold e Friendly Fires também fincaram seus versos na Europa. Dawn Kinnard e Liam Finn não tiveram a mesma sorte.

Responsáveis pelas rédeas do circuito, os executivos da indústria fonográfica (agora nem tanto), assim como os produtores de rádio e TV e os jornalistas especializados já tratam de conectar seus fones de ouvido à web. Desde já, saem à caça das pérolas que irão rechear as páginas de jornais e revistas, line-ups dos principais festivais do globo e estampar as campanhas publicitárias para os novos gadgets e brinquedos eletrônicos por mais 12 meses. Ou quem sabe mais.

Lady Gaga: Influenciada por medalhões do pop e do rock como David Bowie, Queen, Michael Jackson e Madonna, Joanne Stefani Germanotta, 22 anos, trabalha ao piano suas composições. Canções da sua lavra já foram registradas por Fergie, Pussycat Dolls, Britney Spears, além de músicos do selo Konvict, capitaneado por Akon. Lançado no fim de 2008, seu début, The fame, é um amálgama de batidas retrô dançantes e melodias eletro glam. O singleJust dance já lidera os charts Pop e Hot 100 da Billboard. Faixas como Paparazzi e Poker facejá despontam nos principais clubes de Manhattan. Como ouvir: http://www.
myspace.com/ladygaga

Just dance


Florence and the Machine: Vencedora da categoria Escolha da Crítica do prêmio mais importante da música inglesa, o Brit Awards 2009, Florence Welch, 22 anos, conta com um dos singles mais pegajosos deste início de ano, a psicodélica Dog days are over. Vestida como uma hippie do século 21, a ruiva canta como uma Björk menos viajante e mais roqueira, ou como uma Karen O (Yeah, Yeah, Yeahs) menos estridente e mais melodiosa. A ascendente estrela indie versa por meio de fábulas enigmáticas e abstratas sobre sexo, violência e vingança. Como ouvir: http://www.myspace.com/florenceandthemachinemusic

Dog days are over


Little Boots: Já é um fenômeno da música inglesa. Eleita este ano como a nova aposta da música pela BBC, em enquete realizada com mais de 130 especialistas, Victoria Hesketh, 24 anos, já colhe os louros da fama em participações nos principais programas de rádio e TV da ilha. Além disso, a moça ficou em segundo lugar na Escolha da Crítica do Brit Awards 2009. A loura de olhos azuis pousa sua nave entre o pop futurista e a house music, mas lista como influências Joni Mitchell, David Bowie, Kate Bush, Gary Numan, além de Jamie Cullum, sobre quem escreveu uma tese para a University of Leeds, onde se formou em estudos culturais. Como ouvir: http://www.myspace.com/littlebootsmusic

Meddle


VV Brown: Bata no liqüidificador Amy Winehouse, Duffy e Lily Allen e adicione chocolate à mistura. O resultado é a vedete VV Brown. Ex-backing vocal de Madonna, Brown também é compositora requisitada, já tendo registrado suas canções em álbuns de artistas como Sugarbabes e The Pussycat Dolls. Nascida em Northampton, a cantora bebe de fontes como Elvis Presley, Aretha Franklin e Ella Fitzgerald, assim como do doo-wop dos anos 50 e dos grupos vocais femininos da década de 60. Produtora e instrumentista, VV se prepara para o lançamento de seu álbum de estréia, Travelling like the light. Como ouvir: http://www.myspace.com/vvbrown

Crying blood


Kid Cudi: O rapper americano não pode ser considerado dono dos insights e versos mais inteligentes, nem das batidas mais inventivas já criadas. Mesmo assim, sua capacidade de reunir com competência e originalidade as duas principais armas para um bom rap – além da megalomania – chamou a atenção do maior astro da cultura hip hop, Kanye West. Contratado pelo selo de West, GOOD Music, o novato está em turnê com o seu mentor, além de ter gravado participação em seu mais recente álbum, 808s & heartbreak. Enquanto ganha fama e trabalha em seu début, Man on the moon: The guardians, seu primeiro single, Day 'n' nite, já bate as primeiras posições nos principais charts da Billboard, aliando o rap ao pop de refrões assobiáveis. Como ouvir: http://www.myspace.com/kidcudi

Day 'n' nite


Empire of the Sun: Se os neo-hippies do MGMT deram o que falar em 2008, com sua psicodelia roqueira calcada em Flaming Lips e Rolling Stones, cabe ao duo australiano Empire of the Sun a missão de assumir o posto de banda mais esquisita do ano. Formado por Luke Steele (Sleepy Jackson) e Nick Littlemore (Pnaud), que já trabalhou com Sir Elton John e com o The Killers, a dupla aposta numa viagem cósmica e futurista baseada em filmes comoJornada nas estrelas e nas aventuras de Indiana Jones. Assim como grande parte dos novos artistas que despontam em 2009, o Empire of the Sun carrega o gene dos anos 80, abusando de melodias pop adornadas por batidas espaciais de sintetizadores. Nos vídeos para os singles do disco de estréia da banda, Walking on a dream, gravados em países como China, México e Islândia, eles aparecem vestidos como verdadeiros super-heróis. Como ouvir: http://www.myspace.com/empireofthesunsound

We are the people


La Roux: Ostentando um corte de cabelo estilizado, a ruiva Elly Jackson aposta em sua obsessão por sintetizadores pesados para levar o ouvinte a uma viagem de volta para o futurismo da década de 80. Para a jornada, propõe uma espécie de manifesto musical que urge pela eliminação das bandas indies, dos grupos vocais pop femininos e dos artistas que usam a dança como forma de escamotear seus dotes artísticos. Ao lado do músico inglês Langmaid, La Roux mergulha de cabeça em referências musicais como Eurythmics, Depeche Mode, Gary Numan, Heaven 17, Prince, Boy George e Blancmange. Disposta a mexer com o visual e com o som do pop moderno, a inglesa defende sua arte como entretenimento, e suas canções têm apelo épico, megalômano e teatral. Como ouvir: http://www.myspace.com/larouxuk

Dan Black: As canções que o inglês radicado em Paris Dan Black produz soam como se o cantor Sam Sparro deixasse de lado um pouco do seu vozeirão e da vertente soul que o consagrou a bordo do hit Black and gold, em 2008, e partisse para a fusão entre o pop, o rock e a eletrônica. Desde que deixou de lado o posto de líder da banda indie The Servants, Black vem chamando atenção como DJ nos clubes mais antenados da Europa. O cultuado radialista inglês Zane Lowe tratou sua versão para Hypnotize, do rapper Notorious BIG, como um dos melhores remixes de 2008. Cantor e compositor, Black se apóia em samples e batidas eletrônicas para moldar singles urgentes, como Alone e Yours. Como ouvir: http://www.myspace.com/danblacksound

The Virgins: O quarteto de Nova York paga tributo aos ícones do art rock, como Velvet Underground e Talking Heads. Na bagagem, carregam ainda as referências dançantes colhidas durante as andanças noturnas do vocalista Donald Cumming pelos principais clubes de Manhattan. Formado em 2006, o quarteto mescla a atmosfera crua e simples de uma banda de garagem com levadas funkeadas que fazem dos singles One week of danger, Private affair eRich girls hits nas rádios e pistas americanas e européias. Como ouvir: http://www.myspace.com/thevirginsnyc

White Lies: A nova promessa do indie rock britânico bebe da mesma fonte que os nova-iorquinos do Interpol e dos conterrâneos The Editors: o pós-punk cunhado por Ian Curtis à frente do Joy Division. O barítono encorpado do vocalista Harry McVeigh preenche arranjos esfumaçados, delineados por guitarras e camadas de teclados sintetizadores. Com produção de Ed Buller e Max Dingel (The Killers e Glasvegas), as gravações do álbum de estréia do trio londrino contou com uma pequena orquestra formada por 20 músicos. Como ouvir: http://www.myspace.com/whitelies