NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

sábado, 29 de novembro de 2008

Artista ao léu

É aquele lance... Se tivesse uma porra de um estúdio, grana em mãos e, óbvio, motivos para convencê-lo botava esse cara lá dentro e pronto: tá feito o que há de melhor em termos de jovem cantor da nossa música brasileira. Leo Cavalcanti é o cara a ser ouvido. Mistura de afrobeat, tropicália, soul, funk e música flamenca, assina uma combinação irresistível de ótimas melodias e letras bem acima de qualquer média que vemos por aí. Média, não... Baixa...

Leo gravou uma home session, Ao leo (demo), com apenas quatro faixas. É mais do que o bastante para identificar seu talento como artista e sua profícua imaginação musical, já que sozinho pilota as traquitanas que originam seus beats e grooves eletro-acústicos. Filho do mais constante parceiro de Adriana Calcanhotto, Péricles Cavalcanti, ele tem ótima voz e idéias na cabeça. Sim, é preciso leitura, pensamento, questionamento e IDÉIAS à mulambada que sonha ser artista da noite para o dia, só porque é afinado demais ou domina um instrumento musical. Não. Isso não basta. Afinal, o que significa bastar, fazer o suficiente, segurar a onda legal?

Se fazer arte é se expor e transcender, por que é que essa galera tá se enganado, copiando a torto e a direito tudo que o ídolo X já fez?! Pelo amor de Deus... Dá até pena de ver a quantidade de meninas empacotadas em CDs chegando às redações. Uma mais bonitinha e talentosinha que a outra. Uma mais sem criatividade e coragem que a outra. É tudo plain! Liso, efêmero, não machuca os ouvidos, easy listening que fere a alma. Tô fora. Poucas sobrevivem. Enquanto Leo, de voz ambígua e suave, é o cantor e a cantora, não do momento, mas, sim, de talento.

Ouça: http://www.myspace.com/leocavalcanti

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Radar Pop?

Afinal, o que é ser pop? Profundidade de um radar, hein... O que é ser radar? Existencialismo pop, hã... Mas com tantos por aí, escravizando ignorâncias fugazes full time não há porquê e nem como sê-lo. A incompletude da tarefa porém é a mesma de qualquer outra tentativa. Mas antes de se prestar a ser radar, e sugar e reverberar o externo, é melhor que eu seja um endoscópio. Aí o compromentimento não tem razão, hora ou data marcada com você leitor. Prefiro assim: navegar livre para o que der e vier. E só não mudo o nome disso aqui porque não tenho saco. Mas de pop, por agora, só o que pipoca aqui dentro. Se genial ou imbecil que seja (quase) inteiro.