NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Caetano Veloso Zii zie - Part 1

Do lado de fora do bar d'hotel, no Marina All Suites, o cenário era visualmente muito próximo ao que retrata a capa de Zii zie, novo álbum de Caetano Veloso. Vento sudoeste trazendo uma frente fria e, a reboque, nuvens carregadas de pingos de chuva pintando o céu, ainda de tarde, numa bonita mescla de cores: cinza, azul e verde. Um Rio, ou melhor, um Leblon chuvoso, noturno e até certo ponto sombrio. Caetano adentra o salão. 56 minutos de atraso. E agora já é noite no bairro que o artista agora cultua e também reside. Sentado ao lado dos músicos da bandaCê (o guitarrista Pedro Sá, o baixista Ricardo Dias Gomes e o baterista Marcelo Callado), o baiano parece também um menino. Se bem que... "Olha, pode diminuir esse ar-condicionado? Tá muito forte... Vindo direto na minha cabeça.." Pronto. Frio solucionado, calor e prazer em discursar instaurado. Abaixo, a primeira parte, na íntegra, da entrevista que o artsita concedeu na última terça-feira. Em pauta, Obama, Lobão, rock, MPB, velhice, juventude, internet e família...

Sobre os recentes "esforços" americanos e do presidente Obama em solucionar os problemas gerados pela Base de Guantánamo, instalada em Cuba. E sobre a música Base de Guantánamo.

Fico contente com a notícia de que o Obama liberou as viagens e a remessa de dinheiro para os cubanos, pelos familiares que vivem em Miami. Isso era mantido de uma maneira desagradável de ambos os lados. E agora ele aproxima. E me orgulho de ter feito a canção. Porque quando fiz a música, eu lembro que, na semana seguinte, eu cantei no show e a suprema corte americana, ainda sob o governo Bush, fazia uma restrição ao tipo de repressão que acontecia na prisão de Guantánamo. Foi tudo no ano passado. E ali, os americanos concederam aos prisioneiros da base de Guantánamo alguns direitos... E eu agradeci à suprema corte por isso durante o show.

De que forma o blog Obra em Progresso interferiu direta e indiretamente em Zii zie?

Houve uma faixa cujo arranjo eu coloquei em votação no blog. Eu tinha uma preferência pessoal entre as versões e fiquei torcendo para que vencesse a que eu tinha escolhido, o que aconteceu. Foi a questão de interatividade mais direta do blog em relação à produção do disco. Mas, indiretamente, a presença das pessoas que falavam durante as semanas, lendo e respondendo aos comentários... Isso muda o nosso ânimo. Já saí contaminado com aquela convivência... O pessoal do rock da Bahia influiu enormemente também. Publiquei uma entrevista com o Pedro Sá em que falo dos meus diálogos com a turma do rock de Salvador. Passei o meu verão lá e a gente se encontrou. O blog gerou esses encontros, mas hoje ele acabou... A obra terminou, já cumprimos a função que tinha e lançamos o disco...

De que forma o blog mudou sua relação com os fãs? Ajudou a criar uma nova perspectiva sobre esse tipo de relacionamento?

Com o blog, eu pude notar muitas reações ao que eu faço, pela natureza do que era dito... Coisas que eu não sabia... De como repercute intimamente em diversas pessoas... Quando uma pessoa diz algo, ela não fala algo apenas para si só. Acabei apanhando uma outra visão. Sem dúvida tendo a ter atitudes espontaneamente diferentes a partir das relações com essas pessoas.

Saiu uma notícia de que no blog montado para promover o lançamento de Leite derramado, novo livro de Chico Buarque, comentários negativos foram retirados do ar, Houve o mesmo no Obra em Progresso?

Quem organizava era Hermano Vianna... Eu não sei. Acho que retirado não foi nada. O que foi publicado no blog ficou e tem coisas que são negativas. Pessoas discutiram e discordaram e algumas diretamente agredindo... O que também levou os outros comentaristas a reagir contra essas pessoas. Mas é claro que a maioria estava ali para coisas boas... Um cara que não gosta de mim não vai ficar entrando no meu site para falar... Só se tem algum problema de cabeça...

Sobre o pedido de que comentasse a frase de que estaria entrando na velhice. O que significa dizer que está entrando na velhice? O que isso muda?

É exatamente isso mesmo. Uma constatação... Tenho 66 anos. E se eu quiser escrever o que significa isso, acho que essa frase é bem objetiva. Falo em comparação com eles que estão no fim dos 20. Pedro que tá no meio dos 30... Então a pessoa que tem 28, ela tá começando a chegar na idade adulta... E eu estou entrando na velhice... Meu cabelo, a maioria é branco... Então a frase quer dizer exatamente isso. Eu uso óculos, coisa que eu não usava...

Mas quero dizer em termos musicais, de que forma influi no seu trabalho?

Aí temos outro assunto... Bom, é outra parte da pergunta... Parte de como é trabalhar com pessoas de gerações diferentes. Olha, o Pedro Sá eu conheço desde pequenininho, entendeu... Desde menino... E temos uma verdadeira amizade desde que ele era menino; a verdade é essa. Desde menino ele já era meu amigo. É... Menino pequeno ele era meu amigo. E depois cresceu e se tornou amigo, porque ele é amigo de meu filho, que é muito meu amigo. E aí tínhamos muitos assuntos em comum e muita coisa para conversar. E eu fazendo e vivendo de música e ele se tornando músico... Então, o assunto da música entrou muito... Temos idades bastante diferentes, mas temos interesses semelhantes com relação a música e tudo mais... Muita coisa que compartilhamos. Então quando eu quis fazer o Cê, que nasceu a partir dessas muitas conversas com ele – porque tínhamos planejado fazer um disco de rock anônimo, possivelmente sob um heterônimo. Como se fosse um projeto paralelo... E por causa disso, conversamos muito sobre como seria esse tal disco de rock que nós não fizemos mas que acabou se materializando no Cê...

Outro dia tava contando isso e um sujeito me virou e disse: "Olha, mas você é um cara maravilhoso. Você consegue fazer e ser o seu próprio projeto paralelo". Eu adorei isso! Então, o Cê era esse negócio... E eu combinando isso com Pedro, pedi a ele que escolhesse e indicasse músicos que pudessem tocar com a gente. E ele indicou Ricardo e Marcelo. Eu já tinha o repertório. E aí nós fizemos uma reunião com o Ricardo para eu mostrar as canções e ver se entrava no lance. E, depois, com Marcelo. Foi logo... Todo mundo entendia o que a gente tava falando e acho que foi por isso que Pedro os chamou. Eu conhecia os dois, mas pouco. Pedro conhecia os dois, mas bem. Então, a capacidade de entender o que eu tava dizendo e de interpretar o que eu estava planejando era imensa em todos os dois. Daí já partiu para os ensaios e lá a realização dos sonhos que eu imaginava era, assim, vou dizer... imediata. Tanto no Cê como no Zii zie a gente não teve momento de incompreensão, tipo “toca uma coisa, mas na verdade queria a outra, mas aí não sabe aonde achar”; o que acontece muito freqüentemente em bandas. E na nossa isso não aconteceu, a verdade é essa. Foi realmente o nível mais límpido de comunicação que eu já experimentei. Pedro me trouxe esses dois meninos que tinham 26 anos, na altura. Ele poderia ter trazido alguém de 45, 52 ou 17. Mas trouxe esses de 26. Se o sujeito tivesse 52 e o resultado musical fosse assim igualmente límpido, eu estaria igualmente feliz. Mas o fato de eles terem 26 anos, à época, e agora 28 e 29, faz com eles tenham uma coisa que é diferente até mesmo da geração de Pedro, que já é mais aberta do que a minha, que é uma amplidão de interesses na música que não era normal antigamente. O cara que era mais rock’n’roll não sabia nada de jazz, não queria e achava que era chato... Acreditava que a música popular brasileira não tava com nada e não tinha interesse em todas as áreas. E eles têm interesse em todas as áreas. Muita cultura... Eles ouviram muita coisa com muito interesse e pesquisaram... É uma geração muito... É uma marca internacional, entendeu? Internacional. Procura na internet e nos sebos de discos... O pessoal dessa geração é muito assim, né? Então, o negócio da idade ficou menos importante, a não ser pelo fato de nós aproveitarmos essas vantagens. Eu também tenho vantagens por ser velho... Por exemplo: “Tom Jobim disse isso uma vez para fulano e eu tava na hora...” Alguma experiência concreta que eu conte para eles... Isso dá uma aproximação e uma vivência de coisas que eles não teriam. Tem isso também, entende... O que mais eu posso dizer... É mais ou menos isso esse negócio de idade.

Há participação efetiva e afetiva dos filhos Tom e Zeca no processo de escolha das músicas? Opiniões, sugestões, participação real?

Talvez eu já tenha dito que o Tom, que é o meu filho mais novo, escolhe quais são as músicas que ele mais gosta e me diz... E é sempre muito nítido. Sempre foi e é ainda. Tanto minhas quanto dos outros. Primeiro, ele não gostava de música, depois ele começou a gostar das minhas e dizia quais. Era muito específico quanto às canções preferidas. Ainda muito pequenininho, agora ele está com 12. Agora Zeca, que está com 17, tem muito interesse por música eletrônica. Ele ouve o que a gente faz e é muito inteligente em opinar, se for o caso, mas não está interessado em fazer. Ele ouve muito música eletrônica e sabe uma porrada de coisa de hip hop. Eu tava vendo esse aspecto desse mundo da eletrônica e Zeca sabe muito quem são todos esses caras. Quando estávamos na Baia, ele e os amigos dele conheciam todos os caras que tocavam naquele Fantasmão. E sabe muito daqueles que são hip hop pop, com aquela voz bem com auto-tuning, assim... E isso é muito bacana, porque ele mostra muita coisa de eletrônica que eu não sei. Aí eu tenho uma idéia... Aqueles DJs de musica eletrônica europeus, o holandês tal... Eu não sei, mas o Zeca sabe...

Sobre a música Lobão tem razão, em resposta a canção Para o mano Caetano, escrita por Lobão anos antes. Sobre a comparação entre a estética visual dos últimos trabalhos de Lobão, dedicados a um Rio de Janeiro e a um Leblon soturno, noturno e estranho com este Zii zie – ambos contam com imagens fotográficas tiradas num fim de tarde escuro, quase noite, no bairro. E sobre a ida de Lobão para São Paulo... Caetano diz que agora pretende passar mais tempo em São Paulo... Está seguindo os passos do Lobo?

É, eu to com muita vontade de ficar mais em São Paulo. Então estou seguindo os passos de Lobão. Como é a canção... Lobão tem razão. Pedro disse aqui: “Lobão tem razão, afinal...” Está dito no disco. Eu me lembro que A vida é doce tem um visual mais assim. A vida é doce eu ouvi mais. O mais recente (Canções dentro da noite escura), antes do acústico, eu não ouvi muito, mas tenho uma lembrança vaga de que talvez tenham mesmo essas imagens... As imagens desse disco ficaram dessa maneira por causa de Pedro. Eu não sabia nem como eu faria a capa do disco... Como foi isso Pedro?

Pedro:

Na verdade eu já queria tirar umas fotos do Leblon que fossem de um jeito menos...

Caetano:

Você já estava tirando...

Pedro:

Não, eu não tava nem tirando, mas eu queria tirar umas fotos que fossem estranhas, de um Leblon menos turístico e aí você falou isso... Pediu que eu tirasse fotos não só do Leblon, mas do Rio chuvoso. Porque era uma primavera muito chuvosa, na altura em que estávamos gravando... Então comecei a experimentar para ver se ficava bacana. Mas eu não sou fotógrafo...

Cara... Olha, na verdade eu passei o microfone para Pedro para ele contar a parte que ele não contou.. Tudo o que ele falou é verdade. Mas começou tudo porque ele apareceu no estúdio com uma câmera verde e ele ficava fotografando enquanto a gente estava tocando... Até que um dia ele me mostrou o resultado daquilo, e era muito esquisito... Eu me virei e disse: “que coisa é essa?”... Era uma câmera verde de plástico... Ele falou que era uma câmera soviética, russa... Que é essa Lomo... Aí, eu vi as fotos e achei incrível... E falei... “Porque você não faz umas fotos do Rio?” Estava chovendo e tinha cada tarde com o céu chumbo... E ele tinha visto na previsão que dois dias depois o tempo ia piorar ainda mais, que ia ser super chuvoso... Então no depois do amanhã daquele dia, ele saiu e fotografou aqui no Leblon e em outros lugares do Rio com aquelas chuva... Aquilo é de tarde, não é à noite... Mas tava muito escuro mesmo... E ele fez e quando me trouxe... Quando eu olhei, falei na hora “essa vai ser a capa do disco”... Porque é linda e tal, mas ali em me lembrei do Lobão. Mas me lembrei muito do Lobão quando fiz a música... Está explícito no título e na letra... E fiz por causa daquela música que ele fez para mim, que eu acho linda, acho linda... Agora, está implícito no Lobão tem razão esse negócio do rock como espírito hipersensível. Então, essas coisas que você falou sem eu pensar estavam todas aí dentro. Você fez uma análise que está toda certa... Como era aquela música do Police? Andando nas suas pegadas... Um negócio desse... O lobão é um dinossauro e eu estou seguindo as pegadas dele.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

40 anos dos Novos Baianos

# Quatro décadas redondas desde que Moraes, Galvão, Baby, Paulinho Boca e Pepeu se uniram e preencheram de música um Brasil pós-tropicalista que perdia para a ditadura Caetano e Gil. O grande achado aqui (acho eu) é a recuperação do documentário Novos Baianos F. C. (1974), de Solano Ribeiro, disponível há uma semana no Youtube. Após uma tentativa de restauro de cores, uma boa alma segmentou em partes a pérola, que foi toda rodada no sítio em que os músicos viviam, em Jacarepaguá, apelidado "Sitio do vovô". Em pleno regime militar, os caras continuavam a curtir o sabor anárquico da vida em comunidade e davam prosseguimento a fase do apartamento de Botafogo, que resultou na obra-prima Acabou chorare (1972). Em Jaca, o bando passava o dia jogando uma pelada e fazendo som. Resultado: Novos Baianos F. C. (1973), lançado pela Continental e que desembocou no referido doc., projeto vendido à TV alemã. O disco ainda segue a linha aconselhada e abençoada por João Gilberto, referência máxima para o Acabou chorare. Apostam na regravação de O samba da minha terra, de Dorival Caymmi, e mesclam frevo, baião, choro e samba deixando a pegada roqueira para as faixas instrumentais. Um apanhado de grandes canções, como Quando você chegar, Vagabundo não é fácil, Só se não for brasileiro nessa hora, Cosmos e Damião... Assistam abaixo os vídeos em que apresentam Brasil pandeiro, Preta pretinha, Swing de Campo Grande, Mistério do planeta, A menina dança e por aí vai... e muito bem.

Parte 1:



Parte 2:



Parte 3:



Parte 4:



Parte 5:



Parte 6:



# Pescada ontem na comunidade dos Novos Baianos: história em quadrinhos sobre os 40 anos do grupo publicada em fevereiro na Muito, revista dominical encartada no jornal A Tarde, de Salavador. Foram entrevistados todos os integrantes da banda. A partir daí, quatro ilustradores meteram a mão na massa e moldaram esse trabalho impecável.


















































# Abaixo uma geral do que cada um dos integrantes está preparando para esse ano festivo.

Moraes Moreira - Acaba de lançar pela Biscoito Fino o livro, CD e DVD História dos Novos Baianos e Outros Versos, gravado na Feira de São Cristovão, no Rio, e segundo ele uma espécie de prestação de contas de quase tudo o que fez nesses 40 anos, dando destaque a data festiva do grupo.

Galvão - O poeta e mentor intelectual do bando, espera o juízo final do mestre João Gilberto para poder colocar na rua a biografia do inventor da batida da bossa: João, a bossa e o violão. Além disso, tem um romance, um CD e um roteiro para longa-metragem em mãos, prestes a finalizar. Ah, planeja ainda relançar o livro Anos 70: Novos e Baianos, com novas revisões sobre a história da banda. O livro foi editado pela Editora 34, mas atualmente anda fora de catálogo.

Pepeu Gomes - Prepara (em princípio sairia em abril) novo CD com parcerias inéditas com Arnaldo Antunes, Nando Reis, Marisa Monte e Leoni. O primeiro desde a década de 90. Ainda este ano quer tocar o projeto Os Irmãos Gomes, com Jorginho e Didi.

Baby - Segue hoje em dia como "popstora", fazendo pregações regulares em sua igreja evangélica. Baby se apresentou com Pepeu e Paulinho Boca no Carnaval de Salvador 2009, relembrando canções dos Novos Baianos.

Paulinho Boca - Acaba de lançar e está em turnê apresentando o DVD Paulinho Boca canta Novos Baianos, extraído de um especial da TVE.

Dadi - O leãozinho segue sua carreira solo como cantor e compositor (tem se apresentando constantemente no Rio) a bordo do CD Bem aqui, que conta com participações especiais de Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes. Dadi lança em outubro o livro Música é a mãe, que conta sua trajetória. Os cinco anos em que esteve nos Novos Baianos terá capítulo especial.

Jorginho Gomes - Após acompanhar Gilberto Gil por cerca de 20 anos, o baterista assume a banda de Ana Carolina.

# Além de tudo isso, está confirmada a apresentação dos Novos Baianos nos dias 2 e 3 de maio na Virada Cultural, em SP, mesmo que não saibamos se Moraes e Galvão estarão presentes.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sholi, Department of Eagles, Grizzly Bear, Black Box Revelation, The Big Pink, St Vincent, Delphic e Golden Silvers


# SHOLI - Sholi (e não Shaolin, como o Youtube sugere) é um dos achados da semana. O trio formado por Payam Bavafa (vocal, guitarra e principal compositor), Eric Ruud (baixo) e o impressionante Jonathon Bafus (batera) vem de São Francisco e aposta num rock sinuoso, meio prog meio jazzy, mas com uma veia pop intencional e bem definida. O que torna a banda interessante é que em meio a tantos timbres, beats em compassos desconcertantes e composições nada lineares – nunca retornam ao ponto de onde começaram a jornada – belas melodias e o vocal cristalino de Bavafa deixam a confusão palatável. O disco de estreia, produzido pelo batera do Deerhoof, Greg Saunier, foi lançado pela Touch and Go em fevereiro. O que ouvimos é algo próximo a Radiohead, Grizzly Bear, Departmente of Eagles, Sonic Youth e por aí vai...

Clique para ouvir: November through june

# DEPARTMENT OF EAGLES - Falando em Departmente of Eagles (que, ao primeiro contato, achei muito mais inventivo, melódico e de canções melhor estruturadas que o grupo oficial de Daniel Rossen, Grizzly Bear), os caras lançaram na última semana, no Moma, essa beleza de clipe. No one does it like you é uma das mais melhores faixas de In ear park (2008), um verdadeiro parque de diversões para audiófilos.




# GRIZZLY BEAR - Mas voltando ao Grizzly Bear. Parece que os caras tomaram consciência de que as amplas e cinematográficas ambiências do début “oficial” Yellow house (2006) resultava paradoxalmente num fechamento ou hermetismo folk e psicodélico – mesmo que a crítica indie à Pitchfork e até o New York Times tenham o adotado de imediato como um clássico. O fato é que o novo álbum do quarteto, a ser lançado em maio, mas já disponível a um simples digitar de “Veckatimest Grizzly Bear blogspot” no Google, é mais bem dotado de canções. É um registro direto e não dispersivo de melodias e refrões originalíssimos; algo mais próximos do que o Department of Eagles intentou há um ano. A começar pela faixa Two weeks, lançada em primeira mão no palco do programa de David Letterman (abaixo). Na oportunidade, os músicos apresentavam o EP Friends, que continha material inédito além de covers de hits como Knife em versões desenhadas por Cansei de Ser Sexy, Atlas Sound e também Band of Horses.



# BLACK BOX REVELATION - Navegando entre novidades como o novo álbum do grupo francês Phoenix, e o bom singles 1901; paro no duo belga The Black Box Revelation. Apostam no provavél para uma banda com apenas guitarra e bateria: punk rock carregado nas raízes do blues, assim como o Black Keys e o White Stripes já o fizeram com melhor refinamento e acerto. O BBR cerca-se do legado mais próximo do pré-punk de Iggy Pop & The Stooges e vai até bem na urgente e barulhenta Love, love is on my mind.


I think i like you:



# THE BIG PINK - Seguindo a onda de duos, dessa vez chegamos aos ingleses do Big Bink. Super incensados no começo do ano em muitas daquelas pretensiosas listas que tencionam definir os novos fenômenos da música pop do ano em vigor, os achei espantosos e obscuros demais para incluí-los na lista de apostas publicada no Caderno B. A dupla bebe da eletrônica num som denso recheado de sintetizadores pra lá de pesados. Uma verdadeira usina! Duro de engolir, difícil de digerir, mesmo sob o guarda-chuva da cultuada gravadora 4AD (TV on the Radio, St Vincent, Department of Eagles, Bon Iver, Beirut) e da sempre sedutora maquinaria do semanário inglês NME. Música concreta, violenta e ousada, mas de melodias não tão memoráveis e intensas quanto a capa que as veste.


The Big Pink - Velvet from rob hawkins



The Big Pink- Too young to love from rob hawkins

# ST VINCENT - Companheira de selo do The Big Pink, a cantora St Vincent (ex-The Polyphonic Spree e com passagens ao lado de Sufjan Stevens) lança seu segundo álbum, Actor dia 5 de maio, mas você já o encontra com facilidade digitando parcas palavras no senhor das buscas. Exímia guitarrista e de voz delicada, a moça que vem do Brooklyn ataca mais uma vez com seu punhado de canções feito sob medida para trilhas de cinema. Mas a bordo de Actor ela infelizmente não consegue transpor o universo sonoro do inspirado Marry me, em 2006 (Beggars Banquet), que repousava pérolas como Your Lips Are Red, Marry Me e Paris Is Burning.


Actor Out Of Work


Paris is burning:



# DELPHIC - Enfim uma banda nova banda inglesa ousa ultrapassar a barreira do último hype sustentado pela new rave. Dando adeus às sirenes ravers estabelecidas pelos Klaxons, esse quarteto de Manchester se instaura como uma banda de rock essencialmente eletrônica. Arremessam a sonoridade e a forma convencionais de se tocar guitarra na lata de lixo e constroem um revival honesto para a Madchester da década de 80. Época em que os álbuns futuristas do New Order ditavam as ondas de rádio da cidade – algo oposto ao que na década de 90 se insurgiu com Oasis e Stone Roses. Dan Theman (bateria), James Cook (vocal), Matt Cocksedge (guitarra) e Richard Boardman (multi-instrumentista) definem o trabalho como “música eletrônica executada por uma banda de rock” e dão um tapa na cara no som animadinho e estritamente indie de conterrâneos como o The Courteeners.
– Manchester has this amazing history of bands who could mix rock and dance music. But that hasn't been done for ages. These days, Manchester just seems to get recognised for guitar bands like the Courteeners or the Ting Tings. We see it as our job to put dance music back on the map. We want to make music for massive warehouse parties – disseram os garotos ao The Guardian.



DELPHIC - Counterpoint

# GOLDEN SILVERS - Eu não duvido nada – apesar de não acreditar nenhum pouco no som – que essa bandinha cafona oitentista seja nova coqueluche dos ingleses em 2009. Sob a chancela do selo XL Recordings, que ano passado catapultou, aí sim, os talentosos Friendly Fires, Golden Silvers é uma farsa/piada pronta. Ao menos eles parecem saber disso: apelam desde o visual, passando pela sonoridade dance mais que datada até desembocar num single de motivos melódicos banais escoltados por um coro igualmente bocó e sem brilho. E sendo justamente o brilho/glitter o que eles tanto buscam... Assistam (ou não) True romance:

terça-feira, 7 de abril de 2009

Romulo Fróes - Múltiplas contradições

Em reportagem publicada na capa do caderno Ilustrada, já há algumas semanas, sob o título de "Soco na mesmice", a Folha estampava o paulista Romulo Fróes como o mais novo... Vocês já sabem como termina essa história – e geralmente, mal. Mas o que me leva a traçar linhas é a surpresa de ter conhecido o trabalho do cantor dias antes num daqueles canais de TV hediondos transmitidos em alguns "privilegiados" ônibus da cidade. Me chamou a atenção, de cara, aquela aura cinzenta, repleta de concreto, paisagem enfumaçada, grafitada com uma guitarra vintage boiando pelo Rio Tietê emoldurando uma sonoridade abrasileirada, pseudo samba, pseudo rock, mas não ruim... E é exatamente no limiar entre o indie rock e a música popular brasileira que trafegam os acordes de Fróes. Incomodado com a faceta de sambista determinando as rédeas de sua carreira, após o lançamento de Calado (2004) e Cão (2006), parece que o moço decidiu dar um basta: turbinar as incertezas e censurar as certezas que porventura viessem a definir o gênero, a estética ou o estilo do seu trabalho. E foi assim que, determinado, reuniu-se num estúdio com um power trio roqueiro e desancou a arremessar suas dezenas de novas composições. O cantor que assina seu próprio release e nele afirma compor com facilidade tremenda lançou, como que para provar sua tese, um álbum duplo (na verdade dois discos) No chão sem chão, dividido em sessões batizadas como Cala boca já morreu e Saiba ficar quieto – não, não é mea-culpa ou auto-recado embutidos nos subtítulos do seu duplo cartão de visitas:

– A decisão de lançá-las, todas, mais do que revelar um amadorismo e talvez até um certo anacronismo, aumentado por este texto de contracapa, antes escancara o que é pra mim um modo rico de composição, que vem do meu contato permanente com a criação e da minha facilidade de fazer canções – assinala o autor.

E, mais adiante, prossegue o esclarecimento sobre seu mais novo intento: distanciar-se da seara sambista para, assim, traçar novos e híbridos rumos para a música popular brasileira.

– No Chão Sem o Chão traz ainda minha admiração pelo samba, mas acredito que avança minha reflexão sobre a canção brasileira e minha busca de novos caminhos pra ela; cabe a quem ouvi-lo avaliar seu sucesso nessa empreitada. O que sei é que finalmente me realizo por inteiro com um disco e penso que achei a resposta para a recorrente pergunta “que tipo de música você faz?”. Está aqui. Essa aqui.

Ao todo, o amontoado de 33 canções registram seu feito e sucesso em diluir as barreiras que separam o rock alternativo americano do samba de morro carioca. Entre a melancolia de sambas canções e a urgência roqueira, Fróes canta e empunha seu violão de nylon enquanto o trio envenena sua melodias com levadas de baixo, batera e guitarras distorcidas – pilotadas com competência acima da média por Guilherme Held. No entanto, sua coletânea ressoa, em diversos momentos, como um protótipo formal do que Caetano Veloso propôs em Cê, álbum de inclinação indie que o baiano celebrizou, modernizando a MPB e seu repertório autoral. No chão sem o chão sugere que Fróes como cantor é menos inventivo, profícuo e versátil do que poderíamos prever de um sujeito que, como autor, embala um arsenal desmedido de canções. Não que não seja afinado, mas é monotônico e seu cantar navega sempre numa única dimensão. E esta é pouco estimulante, visceral, urgente ou, vá lá, libidinosa. Além de seu lacônico desempenho vocal para letras, sim, expressivas, extensas e visuais, mas de rasa profundidade, o que fica é uma dupla e hercúlea (para os dias de hoje) empreitada musical: a sua própria, ao fazê-lo; e a do ouvinte, em conseguir assimilar cerca de duas horas de áudio. Perfila-se, assim, um sujeito que, nem roqueiro, muito menos sambista, não se dá o trabalho de tentar assinar sua própria feição. Sinal dos tempos? Fragmentados, híbridos, líquidos, ou seja lá o que for, o fato é que a voz de Fróes se transforma numa tentativa evasiva de não ser, muito mais do que, por fim, vir a ser algo. Fróes, como o título vaticina, está no chão, mas sem chão (preso à sua anti-forma, mas flutuando em essência). Torçamos que em seu próximo álbum possa estar sem chão, mas no chão (livre de preocupações formais e estéticas, e ainda mais arraigado ao inconsciente). Talento não lhe falta, e seu trabalho é um respiro, mesmo que demasiado longo, à tal mesmice que assola, não a música brasileira, mas as FMs. Como prova a ótima (e roqueira) Anjo (abaixo):

domingo, 5 de abril de 2009

Tiê - Sweet Jardim

O que falar de Tiê? A cantora-pássaro paulista que, como andam apregoando, soa como uma Mallu Magalhães para adultos (?!). Esqueçamos o parentesco descabido e vamos à música de Tiê. Sim, o caso tem recheio folk, bebe das fontes dylanescas que a jovem conterrânea também saboreia, mas é mais intenso, melancólico e belo, por mais que sejam, todos estes, critérios subjetivos. Tiê não é grande cantora. Calma lá. Sua voz parece necessitar de respiro, de fôlego... Mas entre seu arfar, seus suspiros e doces versos encontra-se o que faz de sua música tão cativante: o silêncio. Sua música é pontuada por vazios, arranjos minimalistas onde piano, violões acústicos e cordas adornam sua voz curta, direta, mas mesmo assim sinuosa e melódica. Sweet Jardim, seu recém-lançado primeiro álbum, lapidado pelas mãos certeiras de Plínio Profeta; pinta um quadro cinza, negro, branco, mas tão diversificado em nuances que as cores não lhe iriam conferir maior graça. Suas frases melódicas e a colocação de sua voz, prodigiosa em sussurros, têm muito a ver com cantoras francesas de safra recente, como Melanie Pain, Camille, entre outras formatadas à Nouvelle Vague – coletivo musical francês produzido com brilhantismo por Marc Collin. A moça, que em estúdio contou com a colaboração de figuras carimbadas da noite paulista como Tatá Aeroplano, Tulipa Ruiz e Nana Rizinni, agora apronta as malas para uma série de oito shows em Nova York, Paris, Londres e Tel Aviv até aportar dia 29 de maio no Rio, em show no Cinematèque.

Mas Tiê não piou da noite para o dia. Já percorre a noite paulistana há algum tempo. Estudou canto em Nova Iorque e teve o talento reconhecido por Toquinho, que a convidou para ingressar em sua banda e rodar Brasil e mundo afora. Sweet jardim desanuvia um repertório de canções pra lá de delicadas, como Quinto andar e Passarinho, cuja introdução entrelaça dedilhados de violão ao cantar de pássaros, até que mãos pesadas cravam o piano e cordas balançam a melodia ao fundo – uma beleza. Empunhando violão de aço, Tiê desvela seu apelo folk em canções que mesclam português com francês (Aula de francês) e inglês (Stranger but mine). Já em Chá verde a cantora descansa suas mãos nas teclas e aposta em sua persona “contadora de histórias”, em letra autobiográfica e reflexiva – detalhe para a progressão do coro que envolve o arranjo, que se descortina e ganha corpo ao passo que a melodia se insinua com mais intensidade. A bailarina e o astronauta carrega o mesmo gene de Chá verde, enquanto que a faixa-título, que conta com um violão cigano executado por Toquinho, fecha o álbum com intenções ensolaradas. Sweet jardim (a faixa e o disco) esculpem um painel de celebração: sofisticação e simplicidade que dialogam em pról de talento e inventividade em ótima medida.

Assinado Eu:



Te valorizo:



Passarinho (versão 2007):

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Aos otários e manés do universo...

# NINE INCH NAILS - O que foi o Trent Reznor vestido de Kanye West enganando a NME e o IG (pelo menos os que eu vi) com o suposto lançamento de um novo álbum, Strobe light? E ainda dando mais uma cornetada no Chris Cornell ao afirmar que Strobe... fora produzido por Timbaland. Numa boa, a NME deixou a mensagem no ar o dia todo, mas hoje pela manhã uma correção já havia subido com comentários dos leitores dizendo: "Retarded", "They're brilliant", "Genius!". Por aqui, o IG ainda apresenta em sua primeira página de música sua nota com uma foto onde na legenda se lê: "Trent Reznor cansado do rock industrial?"

Reproduzo o mico abaixo, que é mais ou menos o mesmo texto da NME:
"O grupo de rock industrial Nine Inch Nails, encabeçado pelo compositor e vocalista Trent Reznor, anunciou hoje - 01 de abril - em seu website o lançamento de seu novo álbum, Strobe Light. O curioso é que o disco, que é produzido por Timbalabd - o mesmo que fez o último trabalho de Chris Cornell -, conta com participações especiais de Jay-Z, Bono, Justin Timberlake, Alicia Keys, Sheryl Crown e Chris Martin, do Coldplay. A nota também mostra a lista de faixas de álbum, além de sua capa, onde Trent Reznor aparece usando óculos ao estilo Kanye West - veja a imagem abaixo"

Aqui está acima. E não satisfeitos continuam...

"Para receber o download completo do disco é preciso acessar o website oficial do NIN e preencher os campos com seu e-mail. Diz uma mensagem que um link será enviado imediatamente na sua conta. Se quiser experimentar, clique aqui e boa sorte".

Abaixo a lista de faixas de Strobe Light:

"Intro Skit"
"Everybody's Doing It" (com Chris Martin, Jay-Z e Bono)
"Black T-shirt" "Pussygrinder" (com Sheryl Crow)
"Coffin On The Dancefloor"
"This Rhythm Is Infected"
"Slide To The Dark Side"
"Even Closer" (com Justin Timberlake e Maynard James Keenan)
"On The List (She's Not)"
"Clap Trap Crack Slap"
"Laid, Paid and Played" (com Fergie, do Black Eyed Peas, e Al Jourgensen)
"Feel Like Being Dead Again" "Still Hurts" (com Alicia Keys)
"Outro Skit"

Confira o plano de mestre:
http://www.nin.com/pub/strobelight/

# BJORK - Seguindo as brincadeiras, mas não tão engraçadas, a islandesa Bjork postou em seu site uma nota confirmando que, após a decisão de Robert Plant em continuar sua série de shows com Allison Krauss, ela decidiu que seria uma boa hora para assumir o vocal do Led Zeppelin para a tão esperada turnê mundial do grupo.

# COLDPLAY - Já Chris Martin tentou inventar uma historinha bocó de anunciando que a banda estava preparado ternos espaciais para se juntar a Brian Eno e gravar algumas canções dentro de um módulo com gravidade zero. E ainda explicou:

"Later this year, the band will board a modified Boeing 727 aircraft, which can provide zero gravity for periods of 20-25 seconds at a time. Wearing self-designed outfits based on early Russian cosmonaut suits, they will be joined by producer/collaborator Brian Eno, who will use custom-made 'heavy' microphones to record the sessions on a 1969 analogue cassette player. We've been searching for the right environment to record the perfect snare drum sound for many years now, and I've just got a gut feeling that zero gravity is the place to do that, y'know?"

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Kasabian, Marilyn Manson, Wolfmother e mais













# KASABIAN - Uma das bandas inglesas mais robustas e honestas musicalmente (principalmente ao vivo), o Kasabian chega ao terceiro disco de carreira, West Rider Pauper Lunatic Asylum (lançamento previsto para início de junho) com pinta de quem tem estofo para superar o hype. Elogiados desde o primeiro disco – à época os conheci através de uma dica do Tom Morello – e depois incensados pelos irmãos Gallagher, o quinteto virou referência e estampou algumas dezenas de capas na mídia especializada. Em 2007, o grupo defendeu um set arrasador no festival Planeta Terra, o qual perdi. Agora, prestes a entrar em turnê como banda de abertura do Oasis e encabeçar uma mega turnê própria, os ingleses disponibilizam até o dia 3 de abril a pedrada Vlad The Impaler em Kasabian.com.

– Após algumas audições as pessoas irão entender que essa música é a primeira a ser lançada porque ela arromba a porta. Nós queríamos que ela tivesse esse feeling meio Beastie Boys meio Clash – comenta o guitarrista Serge Pizzorno

O vídeo do "empalador" abaixo conta com a participação do comediante Noel Fiding, do The Mighty Boosh e foi dirigido por Richard Ayoade, responsável pela direção do filme Arctic Monkeys at the Apollo.



Kasabian - Vlad the Impaler from Kasabian on Vimeo.

O impacto da massa sonora produzida pelo Kasabian vibrou os tímpanos dos mais badalados rappers americanos, Jay-Z e Kanye West. Ambos se disseram chapados pela combinação de rock e eletrônica feita pelo grupo.

– O contrato de edição do Kasabian está chegando ao fim em breve e Jay-Z ouviu e adorou as canções – disse uma fonte ao duvidoso tablóide The Sun. – É uma tipo de rock que agrada a fãs de música em geral. As novas canções cabem em qualquer pista de dança.

A fonte disse ainda:

– Já Kanye ama música britânica e ficou surpreso com último álbum do Kasabian. Ele pode abrir as portas do mercado norte-americano para a banda.

# MARILYN MANSON - Quem parecia mais morto que vivo, mais inofensivo que assustador da última vez que esteve no Rio, o anticristo do rock Marilyn Manson volta a atacar (oh!) com uma nova canção, We’re from America. A faixa marca o lançamento do álbum The high end of low, que conta com a volta do guitarrista Twiggy Ramirez, antes emprestado ao Nine Inch Nails. Em entrevista à Rolling Stone, Manson disse que o primeiro vídeo para o novo disco, a faixa I want to kill you like they do in the movies terá longos “nove minutos de puro sadismo. Basicamente, é assassinato, sexo, morte, e o fim”. Coisa linda... O primeiro single oficial será Arma... geddon, que chega às rádios americanas em 13 de abril.

– É uma canção otimista. Apesar de estranha essa palavra. A minha vida pareceu acabar e começar de novo. É como uma fênix voltando do fogo.

Ó céus! Abaixo We’re from America.




# WOLFMOTHER - O australiano dono da juba mais interessante do rock moderno, Andrew Stockdale volta à ativa após quase dar fim ao Wolfmother. Com uma nova formação, aparentemente bem mais interessante do que a antiga, que trazia um baterista medíocre e um baixista tecladista pouco carismático, o músico já prepara o segundo álbum de carreira, que está sendo produzido por Alan Moulder e gravado em Los Angeles. Assim como Bob Dylan, Marilyn Manson e Kasabian, o grupo que ataca numa versão modernizada de Black Sabbath tacou em seu site oficial uma nova canção, Back Round – disponível para download gratuito.



# EELS - Continuando a série de singles, o Eels, aquela bandinha meio doce meio deprê californiana, apresenta nova música, Fresh Blood no Myspace. A canção faz parte de Hombre Lobo, álbum de retorno da banda após quatro anos de inatividade em estúdio.

– Escrevi uma canção há alguns anos chamada I Want to Protect You que era sobre o desejo de proteger alguém do ataque de um lobo. Agora, acho que eu sou o lobo – disse o líder Mark Oliver Everett, que solta uivos lancinantes após a sugestiva frase “I need fresh blood”. Medo! Hombre lobo será lançado em 1 de junho.

# SNOW PATROL / THE MANIC STREET PREACHERS - O líder do Snow Patrol usou o bom-humor para enfrentar a espetada do baixista do The Manic Street Preachers, Nick Wire, que declarou que a banda de Gary Lightbody era “a coisa mais chata de toda a Grã Bretanha”. No que o gente boa “corpo leve” emendou:


– Nick Wire conquistou o direito de dizer o que ele bem entende... Ele é um Deus do rock, então o que posso dizer é: “mais poder para ele!” Nós parecemos maçantes apenas superficialmente. Jonny (Quinn) é bombeiro. Tom (Simpson) trabalha sem camisa em sites de construção, Paul (Wilson) está na reserva da Marinha. Nathan (Connolly) é um policial voluntário e eu exploro meus ancestrais cherokees. Nós somos como o Village People, só que um pouquinho menos gays.

Lightbody desafiou ainda as definições do público em relação ao som da banda:

– Chasing Cars foi um hit no mundo todo. As pessoas pensam em nós como aquela banda que conseguiu emplacar um single em Grey's Anatomy, e assim decidiram nos odiar. Um crítica disse que o nosso quarto álbum iria manter um motorista de um Ford Focus feliz, querendo dizer que a nossa música tem apelo para homens comuns, e não modernos. Além disso, nunca entendi a conexão que fazem entre a nossa música e o Coldplay, mesmo que eu adore as suas canções...

Deu até pena do sujeito. Mas estendo o conflito com o inofensivo, mas bem intitulado novo single If There's a Rocket Tie Me To It:




# RAZORLIGHT / STEREOPHONICS - O baixote Kelly Jones, vocalista do Stereophonics – banda que navega entre os ícones do britpop, Oasis e The Verve – recomendou ao líder do Razorlight, o vaidoso Johnny Borrell um novo corte de cabelo para ver se a sorte da banda ganha novos ventos. Jones lembrou que, assim como o Razorlight, que perdeu seu baterista Andy Burrows logo após o lançamento do terceiro álbum de carreira, Slipway fires no fim do ano passado; o Stereophonics passou por momento semelhante.

– Isso me lembra a época em que perdemos integrantes, justamente em nosso terceiro disco. Estávamos fodidos... Mas eu aconselho que corte o cabelo. As pessoas esquecerão tudo o que você já fez. Será um novo você. A Madonna fez isso durante toda a vida...

Pior que o cara tá certo... Dê uma sacada no visual poodle toy mais que cafona de Borrell na vergonhosa Wire wire: