NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Eu e da Mata



















Desde o lançamento de seu terceiro álbum, "Sim", em maio de 2007, Vanessa da Mata corre o país apresentando seu novo show. Neste sábado, a cantora aporta no Citibank Hall, na Barra, para única apresentação. No espetáculo, novos sucessos como “Boa sorte/Good luck”, “Vermelho” e “Baú” dividirão espaço no repertório com seus pegajosos hits FM, pescados de seus dois primeiros trabalhos, “Vanessa da Mata” (2002) e “Essa boneca tem manual” (2004), caso da desgastada “Ai ai ai” – destacada como a música mais tocada de 2006 –, além de “Nossa canção” e “Não me deixe só”.

Segundo Vanessa, “Sim” foi seu primeiro trabalho a ser gravado coletivamente. Alçada ao primeiro time da nova geração MPB, ela pôde trabalhar com dois dos produtores mais requisitados do momento: Kassin (“Pela parte harmônica”, diz ela) e Mário Caldato (“Pela bagagem técnica”, completa). O trabalho contou, ainda, com a participação de grandes nomes, como João Donato e Wilson das Neves, além dos jamaicanos Sly & Robbie e o americano Ben Harper.

Para o show deste sábado, Vanessa fez questão de montar um time à altura de seu trabalho em estúdio. A cantora será acompanhada pelos músicos Davi Moraes (guitarra), André Rodrigues (baixo), Cesinha (bateria), Marco Lobo (percussão), Donatinho (teclados) e T Bless (vocais). O resultado de um bate-papo rápido, por telefone, segue na íntegra, abaixo:

LFR: Você esteve nas principais capitais brasileiras e sempre com lotação esgotada. O que mudou desde o início da turnê até o momento?

VM: Estamos basicamente com o mesmo show, acrescentamos apenas mais um backing vocal, além da canção Manguetown, do Nação Zumbi. Depois de todas essas apresentações o show está muito mais redondo e seguro nos arranjos.

LFR: Sobre o álbum, por que decidiu gravar com Kassin e Caldato? O que esperava atingir em termos de sonoridade com eles?

VM: Este foi o primeiro trabalho a ser gravado coletivamente. Optei pelo Kassin pela parte harmônica e o Caldato pela bagagem técnica.

LFR: Como foi o processo criativo?

VM: Conhecia os músicos que trabalham com o Kassin. Eles iam aparecendo no estúdio e a gente começava a bolar em conjunto os arranjos. Nessas horas, o estúdio se transforma em um parque repleto de brinquedos e ficávamos lá nos divertindo. Foi algo muito fresco, diferente dos outros trabalhos. Aquele negócio frio e chato: chega um músico, toca a parte dele e vai embora. Falta coração e alma, falta música naquilo. É estranho...

LFR: Foi a primeira vez que você trabalhou com eles?

VM: Já havia produzido uma canção com Kassin há muito tempo, para o primeiro disco, e foi gostoso esse reencontro. O Kassin tem uma sensibilidade que encaixa com as minhas harmonias e me senti em casa. Em relação ao Caldato, gostava da sonoridade e dos trabalhos que ele havia produzido para o Jack Johnson. Ele foi fundamental para o contato com o Ben Harper. O disco já estava praticamente pronto e ele foi para Los Angeles. Como os dois são amigos, ele apresentou “Boa sorte” ao Ben Harper que ficou encantado com a melodia e perguntou se poderia participar, colocar alguma guitarra, ou colaborar de alguma forma.

LFR: Aí você deve ter dito que iria pensar no caso...

VM: Hehe Não nos conhecíamos e tecemos uma parceria virtual. A música não iria ser incluída no álbum. Só havia escrito a minha parte e sentia que faltava algo à canção. Quando ouvi o resultado, percebi: era ele.

LFR: Você assistiu aos shows dele no Brasil? O que achou?

VM: Sou fã! Já havia assistido a um show em Portugal e pude assistir ao show dele aqui no Brasil. Sensacional!

LFR: Todas as composições de "Sim" são de sua autoria, certo? Por quê?

VM: Sim. Mas existem parcerias, como Ben Harper e Fernando Catatau. Foi o primeiro disco em que utilizei apenas composições minhas. Senti que era o meu momento. Precisava disso e percebi que elas me representavam muito bem. Resolvi arriscar e curti o resultado, acho que o álbum se completou bem.

LFR: Como lida com o fato de ser uma artista surgida em uma década de "eterna" crise fonográfica? Como caminham as vendas do novo disco?

VM: Olha, é complicado. Mas em Portugal conseguimos disco de ouro. No Brasil, após três meses de lançamento também conseguimos um disco de ouro. Acompanho sempre estes portais de venda on-line. Desde que "Sim" foi lançado estou sempre entre o Top 10 do Uol. Acho que no Brasil este é o mais confiável, mas não sei. Estes números virtuais são todos muito esquisitos. É difícil saber com precisão ou confiar. Não é?

É...

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