NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

sábado, 21 de março de 2009

Celebração da dessintonia














Não foi à toa que o Los Hermanos abriu sua apresentação de retorno, mesmo que indefinido, com a canção Todo carnaval tem seu fim. O título da faixa, cunhada para o álbum Bloco do eu sozinho, parecia um sinal, ou mensagem subliminar que indica, principalmente, que a reciprocidade musical e intelectual inconsciente que serviu durante tantos anos (mesmo os de hiato) como elo indissociável entre os comparsas se desfez, ou talvez, tenha se perdido, pelo menos na noite de ontem. Inseguros, desinteressados ou desconfortáveis com a volta aos palcos após dois anos de recesso? Não se sabe a resposta, talvez nem eles.

Felizes, ao menos, eles pareciam estar, mas a frieza com que se comunicaram com o público desde o instante em que pisaram o palco e a falta de pujança na interpretação das canções, assim como na formatação do repertório (irregular) de 18 canções, fizeram do show dos Hermanos uma espécie de quarta-feira de cinzas para os fãs, em que as músicas soaram arrastadas e melancólicas, onde as cores dos confetes e serpentinas, tão inerentes às antigas apresentações do grupo, se transmutaram em um negro palco de atores pálidos vestidos de costumes escuros entoando uma marcha hermânica fúnebre. Selaram, assim, a celebração da dessintonia musical. Uma pena, apesar de grande canções como a supracitada, O vencedor, Cara estranho, A flor, Sentimental, entre poucas outras terem levado os fãs a romperem gogós em abraços emocionados.

2 comentários:

André Martins disse...

uma blz de segundo parágrafo!
concordo em gênero, número e grau.
até twitei seu post.rs
http://twitter.com/demartins

um abraço e parabéns pelo blog

Luiz Felipe Reis disse...

Valeu, André! Brigado. Bem-vindo e continue por aqui.

Abs!