NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

segunda-feira, 9 de março de 2009

Euforia na rua, plateia e palco em SP















Meia-hora antes de começar o show da big band brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, que recebeu como convidado especial o trombonista Bocato na noite de estreia da série de shows Rumos Convida, a face do quarteirão que margeia a Avenida Paulista e abriga a sede do Instituto Itaú Cultural comportava uma grande fila com cerca de 300 jovens alinhados na calçada. O público era muito maior do que a mais otimista das expectativas poderia prever, e os organizadores do evento tiveram que desdobrar a única performance em mais duas sessões para acalmar os ânimos daqueles que disputavam ingressos na entrada do prédio.

De camiseta regata estampada, corpo esguio e com um cabelo black power de um palmo de comprimento acima do couro cabeludo, o energético vocalista André Gonzáles dançava de um lado para o outro do palco, conversava e interagia com os fãs a todo momento, assim como os outros nove instrumentistas que compõem o grupo. Ao lançar sua mistura de ska, rock, música latina, jazz, entre outros estilos, o grupo ficou surpreso com a devoção do público paulista, que entre berros escandalosos e requebros espasmódicos entoava em altíssimo som as canções do primeiro disco da banda, Idem (2006).

– Geralmente entramos no palco limpinhos, com roupas secas e arrumados, agora já estou todo molhado. Mas é do caralho poder tocar essas três sessões para a galera que ficou esperando tanto tempo do lado de fora, na fila – diz o vocalista André Gonzáles.

André e sua trupe comemoravam naquela noite o fim das gravações do próximo CD, C_mpl_te, que estará disponível para audição a partir do dia 18 de março através do site www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br. Em abril, o disco poderá ser baixado gratuitamente pelo Álbum Virtual (www.albumvirtual.trama.uol.com.br). Com produção de Miranda, o novo trabalho do Móveis, que começou a ser gravado nos estúdios da Trama no fim do ano passado, contará com 12 canções inéditas, mas muitas já conhecidas do público.

– Levamos um ano compondo e criando o novo disco. Estivemos nos últimos três meses em estúdio e, exatamente há duas horas, terminamos o trabalho. Por isso estamos muito felizes em tocar para o público. Ainda não sabemos o dia exato em que o novo álbum estará disponível. É para ficar atento – aconselha o trombonista Xande Bursztyn.

Expulsos pelas notas expulsas pelo quinteto de sopristas, os hits Copacabana, Perca peso, Menina da Moca, entre outras, receberam tratamento de gala com a performance de Bocato e os diálogos musicais que ele travava com cada integrante do Móveis. O instrumentista, que já rodou os principais palcos do país acompanhando nomes como Roberto Carlos, Elis Regina, Ney Matogrosso e Rita Lee, estava visivelmente emocionado com o calor do público que berrava seu nome a cada solo e intervenção.

– Fico feliz em receber toda essa energia do público e de ouvir da rapaziada do Móveis que eles curtem o meu som há tempos. Esse é o maior objetivo da música: fazer com que uma felicidade com conteúdo invada nossa mente. Não é como uma noite num bordel onde você se acaba e nada resta. Aqui no palco o prazer e a felicidade se eternizam – disparou Bocato.

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