
– Eu nunca escuto os meus discos, porque eles me fazem desmanchar em lágrimas e suar frio – disse certa vez.
Ao contrário do cantor, que se nega a escutar suas próprias canções, cerca de 40 mil cariocas estão em contagem regressiva para se espremer na passarela do samba em busca e se desmanchar em suor e lágrimas – mas de prazer – com os hits da banda. A Viva la vida tour, que cumpre uma de suas últimas pernas na América do Sul, é uma superprodução que acumula desde 2008 cerca de US$ 212 milhões, além de três milhões de espectadores em mais de 25 países.
Contando com uma megaestrutura de palco, a apresentação toma como base o repertório do quarto álbum dos ingleses, Viva la vida or death and all his friends. No repertório, as recentes Violet hill, Viva la vida, Lovers in Japan, Lost! e Strawberry swing dividem espaço com os maiores sucessos do grupo, como Clocks, Yellow, In my place, The scientist, Speed of sound, Fix you, entre outros. É mais um supershow internacional a monopolizar a atenção dos cariocas, que ainda terão em breve as presenças do Guns’n Roses, A-Ha, Franz Ferdinand e Simply Red.
A tão aguardada apresentação do Coldplay conta com aperitivos de primeira. Uma das maiores revelações do cenário alternativo atual, a banda Bat for Lashes entra no palco às 18h50. Criado em 2005, o projeto solo da cantora e multiinstrumentista Natasha Khan conta com dois álbuns de carreira e uma porção de indicações às maiores premiações da música britânica. Aos 31 anos, a morena nascida em Londres e descendente de paquistaneses aposta numa azeitada mistura de pop, folk e eletrônica. Indicada ao Mercury Prize pelo seu mais recente trabalho, Two suns, e ao Brit Awards, na categoria Melhor Artista Solo Feminino, Natasha explora uma série de dualidades em letras nada convencionais. Amor, ódio, dor, personalidades dúbias e conflitos existenciais recheiam o campo temático esculpido pela talentosa cantora.
Em seu novo álbum, que conta com a participação de integrantes do badalado trio nova iorquino Yeasayer, Natasha incorpora um alter ego chamado Pearl; uma femme fatale loura, autocentrada e destrutiva. Produzido por Dave Kosten, que também assina o seu álbum de estreia, Fur and gold (2006), Two suns é um álbum soturno, que remete ao trabalho de artistas como Kate Bush, Tori Amos e Goldfrapp, e tem no single Daniel seu maior trunfo.
Antes de Natasha Khan adentrar a Apoteose, os roqueiros do Vanguart abrem os trabalhos a partir das 18h. Considerados uma das mais promissoras revelações do cenário alternativo brasileiro, os garotos de Cuiabá atacam com canções diretas e dançantes, que bebem nas raízes da música americana, mais precisamente o blues e o folk.
Viva la vida
42
Há 10 anos, com Yellow
Um comentário:
Um bom show domingo. Gostei também do Bat for Lashes. Bem interessante. Natasha Khan parece com a Bjork na maneira de cantar, embora seja musicalmente mais interessante do que a islandesa.
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