Canadense, trinta e um anos, conhecida da cena indie internacional desde o final da década de 90, Feist lança seu terceiro e ótimo disco, “The Reminder”. Suas primeiras aparições no cenário musical datam de 1995. Nesta época a cantora que hoje empresta sua doce voz a melodias suaves, se estrebuchava atrás de pedestais e microfones de uma banda punk, da cidade de Calgary, chamada “Placebo”. Em 2000, cansada dos desgastes e inferninhos canadenses, a cantora resolveu recuperar os danos causados a sua voz e fez as malas para Paris.
Na inspiradora capital francesa a artista dividiu APs com a polêmica e sexualizada cantora canadense e, hoje, radicada em Berlim, Peaches e com o futuro produtor de seus dois últimos álbuns (“Let It Die” e “The Reminder”), Gonzáles. Os três se mudaram para Berlim, onde Peaches e Feist formaram uma banda chamada “Bitch Lap Lap”. Depois de dois anos na Alemanha e de participar dos álbuns, “Feel Good Lost” e “You Forgot It in People”, da banda canadense Broken Social Scene, Feast novamente se mudou para Paris, onde gravou seu segundo e aclamado álbum solo, “Let It Die”.
O Cd, que vendeu mais de quatrocentas mil cópias, já apresentava a rica combinação de jazz, bossa nova e indie rock, encontrada com mais profundidade e beleza em seu novo álbum, “The Reminder”. Lançado dia 23 de abril na Europa, o novo trabalho estreiou na décima sexta posição no principal chart da indústria fonográfica norte-americana, o Billboard 200, e catapulta a artista pra fora de seu metiê alternativo.
“The Reminder” é um álbum delicado, repleto de canções que soam misteriosamente melancólicas através da límpida e cortante voz de Feist. Diferente de seus dois álbuns anteriores, este projeto conta com a participação da artista na composição de praticamente todas as suas treze faixas, exceto em, “Sea Lion Woman”, que, diga-se de passagem, poderia ter sido limada sem quaisquer danos a obra. As deliciosas, "My Moon My Man" e "1234" – os dois primeiros singles escolhidos –, revelam a quietude minimalista e o despojamento da produção de Gonzáles.
Sem ligar a mínima para as doutrinas de sua originária cena indie, onde o raciocínio estreito leva a crer que qualquer ambição comercial é sacrilégio ou heresia, Feist realiza um álbum palatável, com pérolas pop capazes de fazer a alegria de DJs de boas FMs ao redor do mundo. Intimista como Charlotte Gainsbourg, exuberante como as recriações da banda francesa “Nouvelle Vague”, “The Reminder” navega entre a bossa nova, o folk e o minimalismo eletrônico, ou, o downtempo.
Canções de amor reverberam livremente através de seus vibratos potentes e linhas vocais seguras e claras. Nada disso credencia o álbum como um dos melhores do ano ou coisas do gênero. Apenas acalenta ouvidos e corações calejados e ansiosos por momentos de plena solitude e deleite musical.
Confira: www.myspace.com/feist
NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS
terça-feira, 15 de maio de 2007
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