NOTAS SOLTAS E RUÍDOS ESCRITOS

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Hole, Placebo, Goldfrapp, N*Grandjean e Julieta Venegas

Hole - Skinny little bitch:

Hole - Nobody’s daughter:
Ao anunciar Nobody’s daughter como o seu melhor trabalho, Courtney Love não só esquece a melhor parte de sua não muito extensa e significativa obra como compositora, como mente de forma deslavada – bem do seu feitio. O novo disco espelha uma caricatura canhestra da sonoridade cunhada nos anos 90. Os vocais gritados rangem fortes como antes, mas ventilam banalidades por melodias pouco inspiradas, algumas delas criadas em parceria com Billy Corgan, que também não atravessa a melhor de suas fases. Aí em cima ela ainda dá conta do recado, mesmo cercada por uma banda bem mais ou menos.


Placebo e Pixies - Where is my mind:

Placebo - Covers:
Lançado em 2003 como um álbum bônus, Covers joga luz em versões que prestam tributo a clássicos dos Pixies, The Smiths, Serge Gainsbourg, Depeche Mode, entre outras referências musicais do trio. Lançadas como singles ou lados-b, e gravadas em sessões espaçadas por anos, as peças aparentemente desconexas revelam os apelos melódicos que guiam a carga autoral da banda. Destaque para Where is my mind, gravada ao vivo – e uma das maiores canções dos anos 90.

Goldfrapp - Alive:


Goldfrapp - Head first:
Catapultado após o lançamento de Supernature (2005), o Goldfrapp conduz um revival da sonoridade pop oitentista neste quinto álbum. Orientado para as pistas de danças, apoia-se na diversidade de texturas conduzidas pelos sintetizadores de Will Gregory para criar faixas de apelo instantâneo, que bebem de referências como Roxy Music e ABBA. Mais urgentes que nunca, navegam por letras e arranjos que beiram a fantasia.

N*Grandjean - Heroes and saints:


N*Grandjean - Carrying stars:
Alinhado entre o folk, o pop e o indie rock, o dinamarquês Nikolaj Grandjean passeia pelo terreno cruzado por nomes como Damien Rice, tanto musicalmente como por sua figuração em trilhas globais. Adornadas por arranjos minimalistas, que valorizam sua voz suave, as melodias arredondadas do autor se encadeiam em bom fluxo, fazendo de Carrying stars uma surpresa agradável, apesar de certa previsibilidade.

Julieta Venegas - Otra cosa:
Guiada por arranjos de feições eminentemente acústicas, tratados com piano, cordas e violões, assim como outras em que guitarras e beats eletrônicos dialogam, a mexicana Julieta Venegas assina um trabalho bem amarrado conceitualmente, mas que patina em algumas melodias insossas. Salvo exceções, como Revolución, carece de uma carga autoral mais pungente. Dona de boa voz, é pena que passeie por terrenos sonoros tão seguros. Ouça Revolución aqui: http://www.youtube.com/watch?v=y3S9HryMlAI

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